segunda-feira, 31 de março de 2014

AS MELHORES CAPAS DE DISCOS OU CDS NACIONAIS DE TODOS OS TEMPOS.

Algumas das melhores capas de Discos ou CDs nacionais de todos os tempos.

Claro que um artista quando produz um álbum de música ele se foca no conteúdo musical, mas por outro lado uma bela capa pode chamar a atenção de mais gente e virar um clássico tão grande quanto o próprio CD ou Disco dependendo da época claro.

Todas as listas são polêmicas e incompletas mais vale o destaque. Claro que é um assunto que nem todos vão concordar, eu mesmo discordo de várias(..), mas algumas são boas para relembrar.

A gravadora Elenco, criada em 1963 por Aloysio de Oliveira, foi a primeira no Brasil a se preocupar com o conceito gráfico das capas de seus discos. Mais do que isso, ela criou uma identidade visual única para seus lançamentos, cortesia do designer César Vilella, com ajuda do fotógrafo Chico Pereira.

Digo “cortesia” porque foi isso mesmo: Vilella só ganhou dinheiro com as capas que fez para a Elenco quando os discos foram reeditados em CD, cerca de 40 anos depois. Pena, porque estas capas são um grande patrimônio do design brasileiro, a ponto de terem se tornado a cara da bossa nova, especialidade do selo. As artes eram concebidas e impressas em duas cores justamente porque Aloysio não tinha dinheiro para fazê-las em quatro. Foi essa pindaíba, aliada ao bom gosto e classe das criações de César Vilella, que gerou esse conjunto de obras-primas do design, com muito branco, algum preto e um toque de vermelho. Numa época em que as capas de disco eram coloridas demais, poluídas e sem conceito, os discos da Elenco eram reconhecíveis a metros de distância. As primeiras capas foram feitas pelo próprio Vilella, por amizade a Aloysio e amor ao ofício; depois entraram em cena outros designers que apenas seguiram o caminho traçado por ele. Mesmo amarelados pelo tempo, os LPs originais são disputados a tapa por colecionadores de discos e design.

Como esquecer a lendária capa do disco Noel Rosa por Aracy de Almeida, 1950 - Uma das capas mais bonitas da discografia brasileira. O autor é Di Cavalcanti (amigo particular da cantora Aracy de Almeida). Este é o disco com o qual Aracy resgatou Noel, que andava esquecido: de 1937, ano de sua morte, até 1949, as músicas de Noel, receberam apenas 19 gravações, pouco mais de uma por ano, a mesma, Aracy de Almeida, teve outro disco em forma de desenho, Samba é Aracy de Almeida, de 1966, onde dois músicos estão tocando instrumentos, onde um encosta a mão no pênis do outro alegremente, mas que acabou passando desapercebido pela censura e por todos, em plena Ditadura militar no Brasil.
                                            Samba é Aracy de Almeida - Aracy de Almeida (1966).


Sem esquecer uma série de capas sensacionais feitas por Elifas Andreato, que criou na década de 70, algumas das capas mais espetaculares da nossa discografia.

Autorretrato de Dorival Caymmi (1914 - 2008), que também era pintor, ilustra a capa do álbum em que os três filhos do compositor baiano -  Danilo, Dori e Nana - celebram os 100 anos de nascimento do artista, a serem completos em 30 de abril de 2014.

É a capa (putz, mas que capa!) do disco mais sexy de todos os tempos, Gal Costa Índia de 1973, O choque da sociedade foi tão grande que a gravadora de Gal, teve que cobrir a capa com um invólucro preto, as pessoas não tem ideia mais a capa foi um enorme escândalo na época, a polêmica: uma foto em close do sexo da cantora, somente com uma tanga vermelha, e na contracapa duas fotos de Gal fantasiada como índia, com os seios a mostra. O resultado foi o disco ser um dos (muitos) censurados do ano, mais o mais escandaloso, tendo sido vendido nas lojas coberto por um invólucro preto, um dos envolvidos no disco Roberto Menescal, teve que explicar aos censores, que uma índia, não vestia roupa, então por pouco o disco não foi lançando. 
                                                                       Índia - Gal Costa (1973).

Chico Buarque não teve a mesma sorte que sua amiga Gal, e teve seu disco de 1973, censurado, o nome do disco, a princípio, seria Chico Canta Calabar, nome que logo foi vetado devido à sigla CCC e sua relação com a organização Comando de Caça aos Comunistas, sua primeira tiragem – que seria retirada das lojas por ordem do Regime Militar, poucos dias após o lançamento – tinha o título de Calabar e apresentava como capa o nome da peça na parede de um muro, o disco saiu com outra capa e outro nome, agora apenas como Chico Canta, o trabalho ainda seria lançado pouco tempo depois com uma capa branca, apenas com o nome do cantor, sem qualquer publicidade, obtendo vendagens tímidas. Em virtude de tal fato, a gravadora Philips lançou no ano posterior uma nova e definitiva capa com o rosto do cantor e um novo título, Chico Canta.  .


                                                       O disco do Chico Buarque censurado.

Sem falar no clássico disco dos Secos e Molhados com todos os artistas maquiados, homens maquiados em plena década de 70. Antonio Carlos, queimou uma madrugada inteira para fisgar o clima desejado, com os músicos sentados o tempo todo em cima de tijolos, passando o maior frio por debaixo da mesa. O resultado entrou para a história. Numa enquete promovida em 2001 pela Folha de São Paulo junto a 146 personalidades da área artística e do jornalismo, o primeiro do Secos & Molhados foi considerado a melhor capa da música brasileira em todos os tempos, à frente de Todos os Olhos, de Tom Zé, Índia, de Gal Costa, Tropicália ou Panis et Circensis, de Gil, Caetano, Gal Costa, Tom Zé, Mutantes e cia..., dentre outros.
 
No mesmo ano de Gal Índia e Secos e Molhados (1973), Tom Zé extravasou ao lançar o disco “Todos Os Olhos”. Com o objetivo de se referir ‘ao outro olho’, um publicitário teve a ideia inusitada de contratar uma modelo para fotografar seu ânus, tampado apenas com uma bolinha de gude. Tom Zé acatou a ideia e estampou a foto na capa de seu disco, em meio aos tempos de censura.

Todos os Olhos - Tom Zé (1973).
Secos e Molhados - Secos e Molhados (1973).
Roots - Sepultura (1996).
20 Anos Antologia Acústica - Zé Ramalho (1997).
Amoroso - João Gilberto (1977).
Clara Crocodilo - Arrigo Barnabé (1980).
RECITAL NA BOITE BARROCO - AO VIVO Maria Bethânia (1968)
A Big Band - Bixiga70 (2011).
A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nunca Mais - Ronnie Von  (1969).
A Tábua de Esmeralda - Jorge Ben  (1974).
A Velha Guarda - Vários Artistas - (1955).
Acabou Chorare - Novos Baianos (1972).
Ava (2011) - Ava
Baden Powell À Vontade (1963)
Batalhões de Estranhos - Camisa de Venus (1985).
Bola Sete – Live at Grace Cathedral (1976).
Cabeça Dinossauro - Titãs (1986). 
Milagre dos Peixes - Milton Nascimento (1973).
Caymmi - Danilo, Dori e Nana (2013).
Tropicália ou Panis et Circencis- Vários (1968).
Direto do Campo de Extermínio - Facção Central (2003).
Estática (2010) - Marcos Valle
Falange Canibal (2002) - Lenine
Fome de Tudo (2007) - Nação Zumbi
Futurismo - Kassin (2006)
Gal - GAL (1969).
Gonzaguinha - Luiz Gonzaga Jr. (1973)
Guerra Civil Canibal - Ratos de Porão (2000).
João, Voz e Violão (2000) - João Gilberto
Lenine - Na Pressão (1999)
Martinho da Vila rosa do povo (1976).
Nada Como um Dia Após o Outro Dia - Racionais MC's (2002)

Nara - Nara Leão (1964).
Nara - Nara Leão (1967).
Nascimento- Perfume Azul do Sol (1974).
Noturnall - Noturnall (2014).
O BANQUETE DOS MENDIGOS - Diversos Intérpretes (1974).
O Começo do Fim do Mundo  - Vários Grupos Punks (1983).
O Rock Errou - Lobão  (1986).
Orquestra Popular de Camara - Orquestra Popular de Camara (1998)
Os Mutantes - A Divina Comédia Ou Ando Meio Desligado (1970).
Partimpim 2 (2009) - Adriana Calcanhotto
Nervos de Aço - Paulinho da Viola (1973).
Paulo Moura - Confusão Urbana, Suburbana e Rural (1976).
Pirata - Maria Bethânia (2006).
 Roberto Carlos -  Roberto Carlos (1971).
Rolando Boldrin Caipira (1981)
Um Labirinto em Cada Pé (2011) - Romulo Fróes 
Almanaque - Chico Buarque (1981).
Gal Costa - Gal Fatal a Todo Vapor ao Vivo (1971).
Sepultura - Arise (1991) 
Transa - Caetano Veloso - (1972).
Sexo - Erasmo Carlos (2011).
NOEL ROSA POR ARACY DE ALMEIDA - ARACY DE ALMEIDA (1950).