segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

GRUPO DE ROCK: O PESO

GRUPO DE ROCK: O PESO
O grupo ''O PESO'', foi criado no Ceará pelo vocalista Luiz Carlos Porto. Foi no Rio de Janeiro participar do Fic defendendo a polémica música ''O Pente'', que falava sobre fechar um baseado com um pente - e fez sucesso entre os ''iniciados''. Como os Sex Pistols lançou um úico LP, o clássico ''Em Busca do Tempo Perdido'', antes de acabar, em 1977, com um campo profissional bastante limitado graças à fama de drogados, loucos e arruaceiros, o grupo reunia todas as ilicitudes do gênero: Maconha, claro e escadanlizar geral com outra música polémica ''Lúcifer'', um grupo, um LP que merecem ser ouvido e revisto.



Em 1972, os Cearenses Luiz Carlos Porto(Vocalista) e seu parceiro Antônio Fernando foram, do Ceará, para o Rio de Janeiro. Com a música "O Pente", a dupla participou da sétima edição do Festival Internacional da Canção. Após o evento, a dupla se dissolveu, e Luís Carlos manteve contatos com diversos músicos da cidade. Dois anos depois, quando retornou ao Rio, o vocalista fundou o grupo O Peso, junto com Gabriel O'Meara (guitarra ''já conhecido por ter sido o guitarrista do antológico show ''Gal Fatal'', com Gal Costa é claro), Constant Papineau (piano), Carlos Scart(baixo),  Geraldo Darbilly  e Carlos Graça (bateria).
Em 1975, a banda assinou contrato com a gravadora Polydor e lançou o LP "Em busca do tempo perdido", no qual mesclava elementos do blues e do rock. No mesmo ano, o grupo lançou o compacto "Sou Louco por Você/Me Chama de Amor", pela mesma gravadora.
No final dos anos 70, o grupo encerrou as atividades. Em 1984, com a revitalização do rock no Brasil, o grupo retornou às atividades, apenas com Luiz Carlos da formação original. Nesse período, o grupo apenas fez shows tocando seu antigo repertório e não lançou novos discos.

Discografia

Estúdio

  • 1975 - Em Busca do Tempo Perdido

Ao Vivo

  • 1975 - Hollywood Rock (Falso álbum ao vivo, lançado somente em LP, e dividido com Erasmo Carlos, Raul Seixas e Rita Lee & Tutti Frutti)

Compactos

  • 1975 - Sou Louco por Você / Me Chama de Amor

Em 1975 estava sendo lançado o álbum “Em Busca do Tempo Perdido” de uma banda carioca com termas satânicos, amorosos e mesclagens blues rock com muito peso, literalmente. O Peso foi um grupo de rock brasileiro, formado na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70.
O destaque do álbum fica para “Não Sei de Nada” e “O Pente” (que rendeu ao grupo a memorável participação no Festival da Canção em meados da década de 70), “Blues” (cujo nome descreve bem a canção) e “Lúcifer” que soa, possivelmente, como um dos primeiros hard n’ heavy feitos por aqui.
O vocalista Luiz Carlos Porto,dotado de uma voz única que a depender da toada da canção, acaba se revestindo nas mais diferentes roupagens, deixa sua grande marca explosiva, extasiante e apaixonante.
“Em Busca do Tempo Perdido”, o único registro oficial do quinteto, é um álbum memorável apesar de ter sido esquecido pelas areias do tempo.
Uma excelente banda com uma forte pegada de blues rock n’roll, pena que teve uma curta carreira, mas ainda assim é um álbum que na minha humilde opinião é um dos melhores do rock brasileiro.
Integrantes:
  • Luiz Carlos Porto (Vocalista)
  • Gabriel O’Meara (guitarra)
  • Constant Papineau (piano)
  • Carlos Scart (baixo)
  • Carlos Garça e Geraldo Darbilly (bateria)
Traklist:
  1. Sou Louco Por Você (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  2. Não Fique Triste (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  3. Me Chama de Amor (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  4. ó Agora (Estou Amando) (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  5. Eu Não Sei de Nada (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  6. Blues (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  7. Lucifer (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  8. Boca Louca (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)
  9. Cabeça Feita (Guilherme Lamounier / Tibério Gaspar)
  10. Em Busca do Tempo Perdido (Luis Carlos Porto / Gabriel O’Meara)



O Vocalista

Luiz Carlos Porto, um mito no rock nacional

Luiz Carlos Porto(vocalista) foi do Ceara pro Rio de Janeiro nos anos 70 participar do Festival internacional da canção. Anos mais tarde de volta ao Rio de Janeiro, fundou uma das melhores bandas de rock do Brasil; O Peso.
Nos anos 80 e fim de 90 eu estava morando em Fortaleza e lá eu fiz a minha trilionésima tentativa de formar uma banda de estrada, o Vade Retro que se tornou mais uma das minhas bandas que nunca saiu dos ensaios e "porres" nas ótimas noitadas de Fortaleza, nosso maior show( eu na guitarra e somente vocal) foi numa festa na beira da praia do Futuro(Titanzinho) numa casa cheia de bêbados, nosso maior publico; 40 pessoas com a cabeça lotada de caipirinha e um headbanger que levou um"chifre" da namorada e queria se afogar na praia, não passou das primeiras ondas.
Mas o grande" point" das bandas era a Praia de Iracema, a Ponte Metálica, o bar do Estoril e o bar que nos inventamos; O Bar do Delclecio, onde todas as bandas que estavam começando se juntava pra tomar cerveja, trocar uma ideia e depois esticar a noite que pra nós nunca tinha fim e por lá pelas esquinas sempre do nada aparecia luiz Carlos Porto, como uma sombra, solitário, sempre olhando pra lugar algum, aquele olhar de todo visionario que já tinha estado "LÁ"(o seu planeta magico) e agora ficava apenas na contemplação. Mas eu cheguei a pensar em fazer um som com ele...mas o "cara" nem me conhecia e na verdade as minhas bandas nunca foram feitas pra tocar além das moscas e baratas do meu quarto, acho que ele não iria gostar da ideia.


Luiz Carlos Porto (1983)

O disco solo de Luiz Carlos Porto, vocalista do grupo de rock dos anos 70, O Peso.
Considerando que O Peso foi uma p... banda de rock, há de se esperar que o disco solo de seu vocalista esteja, mais ou menos, no mesmo nível. Porém a coisa não foi bem assim... (eu avisei!) Tanto não foi que acabou passando batido.
Luiz Carlos começou sua trajetória no início dos anos 70, vindo do Ceará para participar do VII Festival Internacional da Canção, com a música "O pente", que não chegou a ser classificada. Logo em seguida, ainda no Rio de Janeiro, formou juntamente com Gabriel O'Meara (guitarra), Constant Papineau (piano), Carlos Scart (baixo) e Carlos Graça (bateria), o lendário grupo O Peso. Gravaram em 1975 seu único lp, "Em busca do tempo perdido", álbum hoje raro e caro. Devido a problemas de toda a natureza, comuns aos grupos de rock, a banda se dissolveu e Luiz sumiu do mapa. Voltou neste disco, lançado em 1983 pela PolyGram e produzido por Marcelo Sussekind, guitarrista do Herva Doce. Como disse, o vinil passou despercebido (ou ignorado). Foi relançado em 'cópia indepentente' e no formato digital alguns anos depois em dobradinha com o disco "Em busca do tempo perdido", quando então Luiz Carlos e o Peso retornaram às atividades da banda. Chegaram a fazer alguns apresentações, mas não tiveram muito sucesso. A versão em cd era vendida em shows e através de amigos. Eu comprei o meu num show do Made In Brazil. Para os fans da banda e amantes do bom rock'n'roll este disco, realmente, deixa muito a desejar. Na verdade, os anos 80 mataram o rock, que só veio a ressuscitar na década seguinte.

você me olhou (não há porque chorar)
se não fosse essa canção
estrelas no céu
amanheceu, o dia vai brilhar
vejo o dia amanhecer
pra bem longe
acordei sonhado
não acredito mais em ninguém
eu só quero amar (um pouco mais)
não sei











/album/galeria-de-fotos/o-peso-darbilly-ensaio-1974-jpg/O Peso Darbilly,ensaio 1974/album/galeria-de-fotos/o-peso-darbilly-e-constat-ensaio-1974-jpg/O Peso, Darbilly e Constant , ensaio 1974

/album/galeria-de-fotos/t-o-peso-ezg-2-jpg1/O Peso - 1975/album/galeria-de-fotos/o%20peso%20grava%c3%a7%c3%a3o%20do%20cd%201975-jpg/O Peso gravação do Cd 1977/album/galeria-de-fotos/sam-1346-jpg/Intervado de gravação do disco Em Busca do Tempo Perdido 1977/album/galeria-de-fotos/sam-1345-jpg/Intervado de gravação do disco Em Busca do Tempo Perdido 1975/album/galeria-de-fotos/sam-1342-jpg/Intervado de gravação do disco Em Busca do Tempo Perdido 1975/album/galeria-de-fotos/sam-1341-jpg/Intervado de gravação do disco Em Busca do Tempo Perdido 1975/album/galeria-de-fotos/sam-1337-jpg/Intervado de gravação do disco Em Busca doTempoPerdido 1975/album/galeria-de-fotos/p-foto-2-jpg1/Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen. (Santa Teresa, Rio de Janeiro)/album/galeria-de-fotos/o%20peso%202a%20forma%c3%a7%c3%a3o-jpg/Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen. (Santa Teresa, Rio de Janeiro)/album/galeria-de-fotos/p-foto-1-jpg/Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen. (Santa Teresa, Rio de Janeiro)/album/galeria-de-fotos/sam-1336-jpg/Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen. (Santa Teresa, Rio de Janeiro).
/album/galeria-de-fotos/sam-1349-jpg/Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen. (Santa Teresa, Rio de Janeiro)/album/galeria-de-fotos/o-peso-darbilly-ao-vivo-jpg/O Peso - Darbilly ao Vivo no MAM Rio de Janeiro/album/galeria-de-fotos/o-peso-show-do-mam-1975-jpg/Luis Carlos e Darbilly no MAM 1976

Tanto LCP quanto GABRIEL O’MEARA, eram figuras conhecidas no meio musical daquela época, o que facilitou a assinatura de um contrato com a gravadora Polydor. A “sorte” seria uma palavra fácil se não se tratasse de uma banda muito competente, e este contrato com a Polydor rendeu também um convite para uma apresentação no HOLLYWOOD ROCK em sua primeira edição, como eu disse, não seria prudente se falar em sorte. Tocando entre já consagrados nomes do rock tupiniquim como: OS MUTANTES, CELLY CAMPELO, ERASMO CARLOS, RITA LEE & TUTTI FRUTTI e RAUL SEIXAS, foi O PESO a sensação do festival, levando a loucura um publico de mais de 10.000 pessoas. A participação no festival deu origem a um filme/documentário chamado RITMO ALUCINANTE!

Depois do grande sucesso do grupo no Hollywood Rock, não havia mais duvidas para a Polydor: estava na hora de entrar em estúdio para gravar o primeiro disco.


EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO é um disco que chama a atenção pela excelente produção, sem falar na capacidade indiscutível de cada musico, composições que não ficam devendo nada aos gringos da época e letras interessantes que abordavam temas que exprimiam o que “rolava” na cabeça da juventude roqueira dos anos 70. Consumo de drogas, amor e rebeldia permeiavam o discurso d’O PESO.
O que não pode não ser ressaltado é a qualidade musical desse disco, que te dá uma pancada ZEPPELIANA indiscutível.Trata-se de um blues rock alucinante, com LUIZ CARLOS PORTO e seu típico vocal de hard rock setentista, uma voz cativante que te faz revirar os olhos, mas não ache que LCP era o único talento da banda. GABRIEL O’MEARA destila grandes riffs e solos nitidamente calcados em jmmy Page. Há também os teclados com uma forte veia blues de CONSTANT PAPINEANU, a pegada bem marcada de GERALDO D’ARBILLY na bateria, que muitas vezes realiza viradas dignas de um John Boham e CARLOS SCART com seu baixo limpo, nítido e cheio daquele groove que te faz reproduzir na boca em forma de onomatopéias: bom-bumbum-bom- bombom! Vale ressaltar ainda a participação de Zé da Gaita envenenando tudo com seu instrumento em algumas musicas.
Mais difícil do que descrever a sonoridade da banda, é escolher uma faixa para indicar pro amigo leitor. Vou citar algumas apenas como complemento da informação: BLUES- que é um bluesão cheio de sentimento - CABEÇA FEITA- muito divertida - a acústica NÃO FIQUE TRISTE- que se trata de uma balada romântica, que me lembra um pouco BOB DYLAN - a bem “anos 60” e meio lisérgica ME CHAMA DE AMOR, com seu refrão alucinógeno, há também uma cujo tema é bem típico dos anos 70, o outro lado da força LUCIFER é o nome dela. Essas são algumas que lembrei rapidamente.
Infelizmente o grupo lançou apenas este belíssimo disco, houve mais três gravações pela Philips que não saíram da gaveta. Depois disto a banda passou por varias mudanças de formação tocando até como um sexteto, inclusive, com a saída de LUIZ CARLOS PORTO, Zé da Gaita assumiu os vocais, mas daí em diante foi ladeira morro abaixo e O PESO fez silêncio no final dos anos 70.


O Peso - Lúcifer



Em 1974 a cena musical rock brasileira se dividia em muitas vertentes, se apoiando em bandas que, durante os anos 60, tocavam o rock que vinha de fora, mas que na década seguinte encontrariam seus caminhos e sonoridades próprias, juntamente com novas bandas que procuravam novos caminhos. Algumas delas seguindo a escola do Yes e Genesis, nomes muito populares à época, e outras seguindo caminhos mais pesados, os discípulos de Iommi. O Peso foi uma banda um pouco cearense e bastante carioca que escolheu seguir o segundo caminho. Suas composições exalavam fúria cega, mesmo em temas românticos como "Sou louco por você" e "Boca louca". Luiz Carlos Porto já apresentava sintomas da doença que viria a o tirar dos palcos em breve: a esquizofrenia (ou ao menos sua postura no palco exalava esquizofrenismo). E é impressionante o poder que sua voz alcança, a maneira de jogar com as palavras e de cantá-las de maneira torta, cruel e ameaçadora. Certamente uma das melhores gargantas do nosso rock and roll nacional, uma maneira atípica de cantar, com muita personalidade (coisa difícil em terras tupiniquins). Não me envergonharia nem mesmo de colocar Porto entre os grandes vocalistas do rock mundial! Ele não só usava sua voz: ele entregava sua mente e seu corpo, seja em gravação de estúdio, seja ao vivo (as imagens d'O Peso no Hollywood Rock estão aí pra mostrar a energia do cara no palco).


O som do Peso era, como seu nome já denunciava, pesado. Inclusive as letras. Nada escapava à metralhadora sonora d'O Peso: sexo ("Boca louca", "Sou louco por você"), drogas ("O Pente", "Eu não sei de nada", "Cabeça feita"), rock'n'roll ("Blues") e... o cramulhão ("Lúcifer")!!!


"Lúcifer" é nossa pérola do cancioneiro nacional da vez.

Lúciferhttp://www.youtube.com/watch?v=I5yYr3IbqLA

Lúcifer é mais uma das composições nacionais a tratar do tema "satanismo". A letra é um misto de "Sympathy for the devil" dos Stones, com "Black sabbath", do Sabbath. O som é um rock encorpado, pesado, Gabriel O'Meara presenteia a composição com um riff principal típico do rock'n'roll, meio abluesado. O piano muito bem colocado acompanha a música toda nas mãos de Constant Papineau. O baixo de Carlos Scart fecha a cozinha ao lado do baterista Carlos Graça, que não deixam o pique cair. O vocal é alucinado, Porto parece querer ferir os ouvintes com seu vocal rasgado e fora de sí. E a letra... bom, a letra é um show à parte. Assim como em 'Sympathy...', quem assina a mensagem é o coisa-ruim em pessoa:
"Pode deixar comigo que eu me encarrego da tua felicidade/
Eu vou tirar tuas mágoas, em troca quero tua alma."
Ou ainda:"A vida é curta, mas curta é pra curtir/
Você irá longe, mas longe perto de mim/
Pode deixar comigo que eu tomo conta de todos meus amigos."
No final, a conclusão é inevitável:

"Lúcifer reina no mundo/
Lúcifer reina no fundo/
Do coração de todos vocês."


Infelizmente a banda não durou. Realizaram shows memoráveis, agregaram uma legião de fãs, mas problemas internos levaram à banda ao colapso. E nada mais de inédito surgiu. Carlos Porto lançou um álbum solo em 1983, mas totalmente inexpressivo. Após isso afundou ainda mais na sua doença, e inclusive dizem que atualmente nem ao menos lembra que participou da banda, apesar de sua voz continuar cada vez melhor.






Antiga formação do PESO: Mario Jansen, Dog, Geraldo Darbilly, Carlos Coppos, Serginho & Luis Carlos Porto.
(Santa Tereza, RJ_ano eu não lembro...)











Luis Carlos Porto, Carlinhos Coppos, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca (fica em paz, meu amigo...) e Mario Jansen.
(Santa Teresa, Rio de Janeiro)




Um dos grandes grupos de rock brasileiro dos anos 70 teve uma carreira meteórica, mas que deixou saudades e, principalmente, a sensação de música honesta e com muito feeling. Estou falando d´O Peso.

Tudo começou em 1972, quando Luiz Carlos Porto (voz) e um amigo, chamado Antônio Fernando Gordo, compuseram diversas músicas, e, dentre elas, escolheram "O Pente" para ser apresentada em festivais. Um deste festivais foi o VII Festival Internacional da Canção no Rio de Janeiro, o mesmo que revelou Raul Seixas com "Let Me Sing, Let Me Sing", onde os Mutantes fizeram sua derradeira apresentação com Rita Lee tocando "Mande um Abraço pra Velha" e Sérgio Sampaio emplacou "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua", todas faixas que podem ser conferidas no raríssimo vinil do festival.

Porém, a canção não ficou entre as classificadas para a final, principalmente pela forte alusão à maconha, com o seu refrão "
pente, pente, pente, pente prá poder fechar", levando ao retorno para o Ceará e a dissolução da dupla LCP/Gordo, mas deixando Porto com vários contatos na Cidade Maravilhosa, principalmente pelo seu carisma e simpatia, o que permitiu que assinasse um contrato de três LPs com a Phillips, de onde saiu apenas o compacto de "O Pente", ao lado de Gordo. Dessa época ficou também a canção "Mundo Sol", em colaboração com o poeta Cristiano Lisboa, que infelizmente ainda não foi lançada para nós, mortais.

Em 1974 LCP retorna ao Rio, e dessa vez começa a procurar pessoas para montar uma banda nos moldes do hard de Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd. Assim, funda o o grupo O Peso ao lado de Gabriel O'Meara (guitarra), Carlos Scart (baixo), Constant Papineau (piano) e Geraldo D'arbilly (bateria). O grupo passa a participar de shows, sendo a banda de apoio para Zé Ramalho na temporada que o mesmo fez na Urca em 1974.

Luiz Carlos Porto também conheceu produtores em sua primeira passagem pelo Rio, e na banda O'Meara já tinha seus contatos, principalmente por ter participado do
Projeto Salva-Terra de Erasmo Carlos, o que levou facilmente o Peso assinar com a Polydor em 1975. O contrato com a Polydor rendeu um convite para participar do primeiro Hollywood Rock, onde o grupo apresentou toda sua energia para as mais de 10.000 pessoas que enfrentaram o embarrado estádio de General Severiano no Rio de Janeiro, pertencente ao clube da estrela solitária. Entre nomes como Mutantes, Rita Lee & Tutti Frutti, Erasmo Carlos, Celly Campelo e Raul Seixas, o Peso foi uma sensação, virando a banda revelação do evento, ao lado dos também novatos do Vímana.

O sucesso fez com que a gravadora lançasse o primeiro LP. Assim, em meados de 1975 chegava às lojas o álbum
Em Busca do Tempo Perdido, uma obra-prima do rock nacional. O disco traz uma sonoridade similar ao Led Zeppelin, com refrões praticamente chupados dos clássicos da banda de Jimmy Page, e conseguiu vencer inclusive a censura, mesmo falando de sexo e drogas e com uma capa no mínimo estranha, onde o grupo aparece escondido dentro de um banheiro com um hipopótamo ao fundo farejando atrás daqueles cabeludos bem trajados.


O disco abre com "Sou Louco por Você", com bateria, guitarras, baixo e piano entrando aos poucos, trazendo os vocais fortes de LCP em um rockzão bem anos 70. "Não Fique Triste" começa com violões que lembram "Thank You" do Led Zeppelin, tocando a melodia que acompanha os vocais de LCP. O órgão de Papineau se faz presente, sendo que o mesmo executa um belo tema ao piano, um dos pontos principais dessa balada. Outra balada surge em "Me Chama de Amor", com um clima bem anos 60. Essa canção conta ainda com um inspiradíssimo solo de O'Meara.

O rock pesado é retomado em "Só Agora", onde piano e guitarra comandam um grande som para animar festas. Os vocais de LCP são acompanhados por vocalizações cheias de yeah-yeah-yeahs, no melhor estilo de Robert Plant, com um refrão fortíssimo. Essa faixa conta com um solo de gaita feito por Zé da Gaita, e é uma excelente canção para festas universitárias.

O lado A encerra com "Eu Não Sei de Nada", onde O'Meara mostra todo o seu talento. O riff é do nível das grandes bandas de hard americanas, com os vocais de LCP rasgando as caixas de som. Uma viajante sessão é apresentada durante a canção, onde a bateria acompanha um crescendo do órgão, teclado e guitarra, dando sequência a um funkzão construído pela base de Scart e por riffs de O'Meara, retomando o refrão. Essa canção contou com a presença de Carlos Graça na bateria, ao invés de D'arbilly.

"Blues" abre o lado B seguindo a dicotomia natural (12 compassos, 3 acordes, be-móis e muito feeling). A guitarra de O'Meara introduz a canção para Papineau viajar ao piano, com uma levada da cozinha que nos faz pensar estarmos em um bar americano cercado por negros rindo e bebendo, até Zé da Gaita entrar acompanhando os vocais de LCP. Um bluezão arrastado, com uma grande letra ("
Se eu fosse um homem rico, será que você gostaria mais de mim? Meu amor dou de graça, mas você cobra tudo mesmo assim!"), que vai crescendo aos poucos. O solo de gaita leva ao solo de guitarra, onde O'Meara abusa de palhetadas pageanas, e até as viradas de D'arbilly lembram Bonham, bem como o acompanhamento de Scart lembra John Paul Jones em "You Shook Me". Após o primeiro solo de guitarra, a canção muda o ritmo, tornando-se um rockzão de primeira, com solos alternando entre gaita e guitarra. Um clássico brazuca com muito tempero pra norte-americano nenhum botar defeito.

Outra pedrada surge com "Lúcifer", a mais
zeppeliana das canções do Peso, com várias citações ao Led. O início da faixa traz mais um grande riff de O'Meara, e aqui LCP está fantástico, gritando como o personagem que dá nome a canção. É impossível não lembrar dos solos de "The Song Remains the Same" e "Celebration Day" quando O'Meara começa seus dois solos. Após o segundo solo de guitarra, as batidas do segundo riff principal de "Black Dog" são ouvidas, com O'Meara executando um terceiro solo antes de uma sessão percussiva, onde Scart comanda a viagem e o encerramento da faixa.

O slide guitar introduz "Boca Louca", mais um rockzão com O'Meara solando muito e com acordes vibrantes no encerramento. A chapante "Cabeça Feita" foi uma das mais populares. Falando sobre o uso da maconha, se tornou um clássico entre os admiradores do grupo (e da erva). O disco encerra com a acústica faixa-título, também contando com Garça na bateria. Com muitos teclados e violões, é mais uma que lembra bastante o Led de "Ramble On", principalmente pela levada do violão e pelo solo de O'Meara.


Porém, o sucesso esperado pela banda acabou esbarrando na própria gravadora, que lançou uma tiragem pequena do álbum - trazendo inclusive um belo encarte com fotos dos integrantes -, que não atingiu números interessantes de venda. Mesmo assim, lançam um compacto com as músicas "Eu Sou Louco Por Você / Me Chama de Amor", que também não obteve sucesso.

Várias formações passaram a fazer parte do grupo, contando com Mario Jansen, Geraldo D'arbilly, Carlos Scart, Serginho e LCP, e também como sexteto, com LCP, Carlos Scart, Geraldo D'arbilly, Serginho, Leca e Mario Jansen, inclusive com a saída de LCP, sendo substituído por Zé da Gaita nos vocais, culminando no encerramento das atividades no final da década de 70.



Luiz Carlos Porto chegou a gravar três LPs pela Phillips que acabaram não saindo da gaveta, já que o cantor não aprovou o resultado final dos mesmo. Em 1983, LCP lançou, pela Polygram, seu primeiro e único álbum solo, intitulado apenas com seu nome e contando com a participação dos músicos Peninha (bateria), Roberto Darbill (baixo), Marcelo Sussekind (guitarra), Julinho (piano, teclados), Marinho (saxofone) e as vocalizações de Regina, Rosana, Gracinha, Guarnieri, João Carlos e André Melito.
Luiz Carlos Porto começa com o rock de "Você Me Olhou (Não Há Por Que Chorar)", que mostra os mesmos gritos de LCP na época do Peso, mas com uma sonoridade oitentista. Seguem "Se Não Fosse Essa Canção", com muito teclados e vocalizações; "Estrelas no Céu", com um saxofone estranho, para não dizer algo pior; e "Amanheceu o Sol Vai Brilhar", um rock anos 80 típico, encerrando o lado A com "Vejo o Dia Amanhecer", uma baladona anos 80 com muitos solos de guitarra e teclados.

O lado B vem com os reggaes de "Pra Bem Longe" e "Acordei Sonhando", o rock com vocalizações de "Não Acredito em Mais Ninguém", a animada "Eu Só Quero (Amar um Pouco Mais)", com um interessante solo de sax, e encerra com "Não Sei Chorar", uma triste e melancólica balada. Mesmo carregando o nome Luiz Carlos Porto, o álbum ficou muito distante do que os fãs do Peso esperavam, investindo muito em um som comercial, acabando engavetado nas prateleiras das lojas do país.

Já em 1984 o Peso retornou a ativa, tendo o último show daquela mini-turnê sido realizado na Danceteria Quitandinha em Petrópolis, que repercutiu bastante na mídia especializada da época. O Peso tinha na formação LCP, Ricardo Almeida (guitarras), George Gordo (baixo) e Carlinhos Graça (bateria).

LCP manteve o Peso por mais alguns anos, até que em 1986, após um show em Fortaleza, envolve-se em um grave acidente de moto, passando a sofrer de esquizofrenia e sendo obrigado a abandonar os palcos. As últimas informações que obtive sobre ele é que está escrevendo poemas e fazendo tratamento.

No dia 26 de agosto de 2005, Darliby, Scart e Papineau se reencontraram 30 anos depois da gravação de
Em Busca do Tempo Perdido, e alguns registros foram feitos. A volta do Peso para alguns shows foi cogitada, mas o grave problema de saúde de LCP impediu (e impede) que tenhamos nos palcos uma das mais importantes bandas do rock brazuca dos anos 70, que ao rodar na vitrola tornava impossível segurar o tesão que cada faixa passava.

Coloque a agulha no ponto, apague as luzes, arranque a roupa da mulher e deixe que Luiz Carlos Porto e companhia comandem seu cérebro para uma noite de muita loucura e gritos de yeah-yeah-yeah!
 
O baterista Carlos Graça,só tocou em duas músicas do disco "Eu não sei de nada" e "Em busca do tempo perdido".O restante das músicas o baterista era o Geraldo Darbilly.
Para seu conhecimento dá uma olhada no encarte do disco, e vc verá as informaçõs corretas.

Musicos:

Luis Carlos Porto: Vocais

Gabriel O'meara: Guitarras

Constan Papinianu: Teclados

Carlinhos Scart: Baixo

Geraldo D'arbilly: Bateria em: 1-Sou louco por você / 2-Não fique triste. / 3-Me chama de amor. / 4-Só agora (Estou amando). / 5-Blues. / 6-Lucifer. / 7-Boca louca. / 8-Cabeça feita.

Carlos Graça: Batera em "Eu não sei de nada" e "Em busca do tempo perdido".

1975 Polydor

agradecimentos:Soninha Darbilly sobre as informações do baterista Geraldo Darbilly.